Espécies Avançadas

Entramos agora no «Monte Everest» da criação de formigas. Para muitos mirmecologistas, o sonho e o objetivo final do hobby não é ter a maior ou a mais rara das formigas, mas sim conseguir manter com sucesso uma colônia de formigas cortadeiras. Manter os gêneros Atta (as Saúvas) e Acromyrmex (as Quenquéns) não é apenas criar uma colônia; é gerenciar uma civilização agrícola em miniatura, uma simbiose complexa e delicada que evoluiu ao longo de 50 milhões de anos.

Entramos agora em um território que exige o máximo de respeito e responsabilidade do criador. O gênero Solenopsis, conhecido universalmente no Brasil como formiga-lava-pés (e no mundo como fire ants ou formigas-de-fogo), é a personificação da resiliência, da agressividade e do domínio ecológico. No Rio de Janeiro, é impossível passar um dia em um parque ou jardim sem cruzar com o território de uma de suas colônias, marcadas por seus montes de terra solta e pela reação explosiva a qualquer perturbação.

No panteão das formigas mais fascinantes do mundo, o gênero Oecophylla, as formigas-tecelãs, ocupa um lugar de destaque. Elas são famosas por sua inteligência, por sua agressividade e, acima de tudo, por uma proeza de engenharia cooperativa que parece saída da ficção científica: a construção de ninhos tecendo folhas vivas com a seda de suas próprias larvas. Manter uma colônia de Oecophylla é o sonho de muitos criadores avançados, pois é testemunhar um dos exemplos mais notáveis de uso de ferramentas no mundo dos insetos.

Adentramos agora um território que ultrapassa os limites do hobby da mirmecologia e entra no domínio da zoologia profissional. Os gêneros Paraponera e Dinoponera não são apenas formigas; são megafauna em miniatura, predadores de topo em seus ecossistemas, dotados de um tamanho colossal e de defesas que são lendárias. Elas são, sem exceção, algumas das maiores e mais perigosas formigas do planeta, e temos o privilégio e a responsabilidade de compartilhar o Brasil com elas.

No panteão das adaptações mais estranhas e maravilhosas do mundo natural, poucas são tão visualmente impressionantes quanto a das formigas pote de mel. O gênero mais famoso por este comportamento é o Myrmecocystus, um ícone dos desertos da América do Norte. Elas desenvolveram uma solução de engenharia social incrível para o problema de armazenar alimentos líquidos em um ambiente onde as fontes de néctar são raras e efêmeras.