Espécies Intermediárias

Já apresentamos o gênero Camponotus, as formigas-carpinteiras, como uma das melhores e mais resilientes portas de entrada para o mundo da criação de formigas. Sua natureza calma e sua robustez as tornam excelentes professoras para o iniciante. No entanto, dentro deste gênero imensamente diverso, que conta com mais de mil espécies em todo o mundo, existe uma categoria que eleva a experiência de «gratificante» para «absolutamente majestosa»: as espécies gigantes.

Se as Camponotus gigantes são a «cavalaria pesada» do mundo das formigas, o gênero Pheidole é, sem dúvida, a «infantaria infinita». Este é um dos gêneros mais dominantes, diversos e bem-sucedidos do planeta, com centenas de espécies espalhadas por todo o Brasil. Para qualquer pessoa que viva em uma cidade como o Rio de Janeiro, a Pheidole é a vizinha que você quase certamente tem em seu jardim, na praça da sua rua ou nas frestas da calçada.

Já apresentamos o gênero Crematogaster como uma excelente escolha para o iniciante, e por bons motivos: são robustas, fáceis de alimentar e muito ativas. Uma colônia jovem de Crematogaster é uma das experiências mais gratificantes e de baixa manutenção que um novo criador pode ter. Então, por que este gênero reaparece na categoria de nível intermediário? A resposta reside em uma verdade fundamental da mirmecologia: o desafio de uma espécie escala com a maturidade e a complexidade de sua sociedade.

No panteão das formigas, o gênero Formica é realeza. Para os criadores de formigas da Europa e da América do Norte, elas são as «superestrelas» do hobby: grandes, incrivelmente rápidas, ferozmente agressivas e com uma complexidade social que oferece desafios e espetáculos constantes. Elas são a imagem da formiga dinâmica e dominante, construindo vastos ninhos em campos e florestas.